A revolução das palavras
O sujeito, eu não sei onde está.
O seu objeto está em algum lugar.
Minha mãe metáfora irá me ensinar,
A não fazer comparações desde já.
O verbo trabalhar entrou em greve
E a preguiça virou coisa vulgar.
Malandro deixou de ser substantivo
E virou adjetivo.
As frases alternadas não ganham vírgula.
Os advérbios de lugar transformaram-se em de tempo,
E com o tempo ninguém quer usar.
Os acentos fogem do lugar, e inclusive
Eu não sei onde sentar.
Por falta de A, a crase não existe mais.
Por falta de vocação não existem vocativos.
E as ambigüidades passaram a ter um só sentido,
Deixando os humoristas sem emprego.
A coordenação da revolução não vem de uma coordenada, nem
De uma subordinada, e sim de uma interjeição,
Que sem pedir licença gritou: Viva a revolução!
Elas estão me impedindo de escrever, e por falta de palavras
Terei que acabar a poesia. Elas só prometem voltar,
Se um dia alguém se lembrar de se expressar.
Um comentário:
Genial amigos, gostei muito do texto, Parabéns!
Temos que divulgar o saite.
Abraços.
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